Mais uma vez o cinema a adaptar obras de um ídolo meu da banda desenhada.
O ídolo chama-se Frank Miller, desenhador e argumentista que foi autor de várias obras primas da BD nos últimos 20 anos.
A obra agora adaptada ao cinema chama-se Sin City e é um dos seus trabalhos mais famosos deste autor, devido a um experimentalismo gráfico a preto e branco de alto contraste, ao serviço de um argumento tipo Mickey Spillaine.
Comecemos por esclarecer um ponto: não gosto dos livros de Mickey Spillaine e não gosto de Sin City. Também não recomendo o filme.
Mas recomendo todos os outros trabalhos do autor.
Frank Miller começou por se tornar conhecido ao criar aventuras do Demolidor para a Marvel Comics, especialmente por dar vida a Elektra, uma assassina profissional que for a o primeiro amor de Matt Murdock (o advogado cego que é o alter ego do Demolidor - se não fosse eu não sei o que seria da vossa cultura geral...). Vai daí a Detective Comics, editora rival da Marvel, contrata-o para que ele relance um produto que estava com as vendas em baixo e que dava pelo nome de Batman.
Miller criou uma serie em 4 fascículos, com um Batman reformado que volta à activa numa sociedade cada vez mais agressiva. Um Batman pesadão, obcecado, muito nocturno e raivoso, que tem de enfrentar um Super-Homem solar, limpinho e defensor da lei. Para resumir uma longa história, The Dark Knight Returns, editado em álbum, tornou-se a obra de banda desenhada mais vendida de todos os tempos nos Estados Unidos, as vendas de Batman dispararam e deram direito às sucessivas adaptações ao cinema.
Miller é ainda autor de outra obra maior chamada Ronin. Tem a história mais complexa que já li (ex-aequo com os Watchmen de Alain Moore) e voltarei a ele num próximo post.
Artur Tomé