quinta-feira, janeiro 20, 2005

Jack Kirby , o rei dos super-heróis

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Já que falei em Will Eisner, nada mais natural que referir outro dinossauro da BD americana, o espantoso Jack Kirby (1917 – 1994).
Nascido por altura da Primeira Guerra Mundial, Kirby começou a desenhar pouco depois de sair do berço, tendo colaborado em todo o tipo de publicações imagináveis e trabalhando qualquer género que lhe encomendassem: histórias de terror, romances ingénuos, histórias de aviação, super-herois… em todas as áreas Kirby deixou marca e uma quantidade impressionante de trabalhos.
A fama chegou em 1941, ao criar visualmente as histórias do Capitão América. Contra a onda ariana do nazismo, os laboratórios americanos transformam um rapaz lingrinhas num super soldado, alto, forte e louro – provando assim que podiam ser mais nazis que Hitler.
À semelhança dos restantes super-herois então surgidos, também o Capitão América entra na guerra contra o Eixo antes dos EUA se envolverem no conflito, o que pode ser explicado pelo facto de a maioria dos seus autores ser judia.
Com os tempos de paz, o Capitão América vai ficando no esquecimento e acaba por desaparecer de vez. Kirby assume vários trabalhos de chacha para sobreviver, até que, em 1961, faz parceria com o escritor Stan Lee na editora Marvel e juntos criam o Quarteto Fantástico, Hulk, Thor e várias outras figuras que relançam um género que parecia esgotado há muito.
O autor destas linhas ficou especialmente extasiado como Kirby, à boleia das aventuras de Thor na Terra, recria os principais episódios da mitologia nórdica, como se de uma serie de aventuras se tratasse, dando rédea solta à sua criatividade para criar armas, roupas e adereços de forma a poder apresentar uma página dupla com um exército onde não se vêem duas figuras humanas com a mesma arma ou mesma roupa.

Depois surge o corte com Stan Lee e Kirby passa para a editora rival, a Detective Comics, onde relança histórias do Super-Homem e cria um mundo do Mal, Apocalyps, regido por um temível Darkseid. Sim, muito antes do início das filmagens da Guerra das Estrelas.

Criativo até ao último fôlego, os universos de Kirby são um marco monumental na história da narrativa gráfica.

Artur Tomé

2 comentários:

M disse...

se os tempos de paz serviram para alguma coisa, ao menos que tenha sido para acabar com o pimba do Capitão América... yuck!

M disse...

... e reparem como o meu pai soube escrever "a maioria dos seus autores ser judia." Aprendam que nós não duramos sempre ;).