caro serviço nacional de emergência

Quando estou numa paragem de autocarro à uma da manhã e vejo, do outro lado da avenida, um velhote de canadianas a estatelar-se no chão e por lá ficar, imóvel, preocupo-me.

Quando vejo o motorista de um táxi sair da viatura para assistir o senhor, fico mais descansada e acho que não haverá problema em entrar no autocarro que acaba de chegar e que me levará a casa.
Repito: é uma da manhã.

Quando, ao sentar-me no autocarro já em andamento, reparo que o motorista de táxi abandonou o local e deixou lá o senhor - que não dá sinais de vida - acho por bem chamar os vossos serviços.

Quero agradecer-vos, desde já, o telefonema irado que recebi posteriormente de um vosso colaborador, a descompor-me por não estar ninguém na avenida. Porque há mais acidentes para assistir, porque não devia ter chamado o 112 sem antes perguntar ao velho de canadianas caído no chão sem se mexer se precisava de ajuda.

Lamento imenso que o senhor não tenha tido uma trombose ou um enfarte e que, ao invés, se tenha conseguido levantar antes da chegada da ambulância.

Muito obrigada por me terem feito sentir mal ao tentar ajudar uma pessoa. Até vos prometia que não volta a acontecer mas gosto muito de dormir bem à noite.